Augusto Santos: “Dez anos sem Joyce Batista”


 

No dia 29/01 do corrente ano, completa 10 anos do trágico acidente que ceifou precocemente, aos 38 anos de idade, a vida de Josilene Batista dos Santos, conhecida por Joyce do PCB que foi candidata a vice-prefeita de Estância em 2004, chapa com Joilson Menezes (PCdoB). Ela foi candidata a deputada federal 2006 também pelo Partido Comunista Brasileiro, no qual era a dirigente municipal. Joyce era Técnica em Estrada, formada pelo Instituto Federal de Sergipe (IFS) e também acadêmica do curso de história (UVA) e direito (UNIT).

Ela nasceu em Aracaju, 10 de agosto de 1968, mas foi em Aracaju e Estância que dedicou maior parte de sua vida. Foi militante estudantil na Escola Técnica Federal de Aracaju, onde concluiu o curso de Técnico em Estradas, trabalhou no Clube Social Contiguiba, lá conheceu e tornou-se amiga de Edvaldo Nogueira, Wellington Mangueira, Bosco Rolemberg, Sr. Matos, Marlene e tantos outros fortaleceram suas convicções marxistas.

Em Estância participou da Pastoral da Juventude, sendo militante do grupo de jovem JUSC (Jovens Unidos a Serviço de Cristo), foi integrante na década de 90 do grupo Teatral de Repente Pinta, era vice-presidente da AMABA (Associação de Moradores e Amigos do Bairro Alagoas) e membro do CPE (Clube dos Poetas Estanciano). Trabalhou na década de 80 na Febem como monitora; no Colégio Sagrado Coração de Jesus, como bibliotecária; na Engesul e por ocasião da sua morte  trabalhava na Escola Estadual Gumercindo Bessa, no município de Estância.

Filha do servidor Público Federal, aposentado José Antônio dos Santos e da servidora municipal Maria das Virgens Batista Santos, neta materna de José Batista do Carmo (Josias) e Pureza Batista do Carmo, a quarta de sete irmãos, irmã do jornalista Augusto Santos, da saudosa Silvânia Batista Santos, Jackson Batista Santos, Cintia Batista Santos, Maria Ivaneide Batista Santos,  Eduardo José dos Santos, Silvia Batista Santos e Matheus Santos.

Para o jornalista Augusto Santos, Joyce certamente num futuro próximo seria prefeita de Estância, “sua caminhada conspirava nessa direção”. “Joyce foi uma militante que nunca fugiu à luta e sentia na pele as injustiças sociais, entendia que o capitalismo é o regime que estimula a fome, a violência e a exploração e como comunista convicta sonhava com a igualdade entre os povos”.

Ele assegura que vai procurar manter sempre viva a imagem dessa mulher revolucionária, que seguindo o perfil dos grandes estadistas, procurava “…arriscar coisas grandes, alcançar triunfo e glória mesmo expondo-se a derrota, do que formar fila com os pobres de espírito que nem gozam muito, nem sofrem muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta que não conhece vitórias nem derrota”.

O anúncio de sua morte chocou a cidade e seu sepultamento comoveu os parentes, amigos, admiradores e simpatizantes, Joyce foi uma referência política de Estância. Ela recebeu grandes homenagens no último dia 30/02/08 até então nunca ouvido nas emissoras locais (Rádio Abaís e FM Ilha Estância), as ligações eram espotâneas ocupando-se naturalmente a pauta, conspirada pela sua força, pelo desejo natural de admiração e respeito que por ela nutriam, mulher sinônima de luta e busca. As ligações destacarm o seu importante papel na conjuntura política local, seu engajamento nos movimentos culturais, educativos e populares no município de Estância.

O velório reuniu professores, estudantes, poetas, artistas em geral, ambientalistas, sindicalistas, líderes comunitários, desportistas, imprensa, políticos, familiares e amigos em geral, todos estavam visivelmente muitos tristes, chocados e surpresos, observamos também que no momento do sepultamento também não faltou as homenagens simples, mas brilhantes dos poetas Cláudio Souza e Maurício Oliveira, além do cronista Weliton Arcieri. Enfim durante todo esse dia diversas pessoas homenagearam, manifestaram carinho a essa mulher que a todos ofereceu amizade.

 

Acidente ocorreu na estrada do Povoado Rua da Palha-Santa Luzia do Itanhy-SE, o carro era conduzido pela sua amiga Maria Claudete dos Santos, que conduzia também o músico Léo, então namorado da vítima. Segundo informações colhidas pela nossa redação, o veículo derrapou na estrada de chão e em seguida capotou, Joyce foi a única vítima fatal, ela foi atingida na cabeça e chegou ao HRAM sem vida, segundo informou a direção do HRAM, o laudo do IML apresentou traumatismo craniano.

Folha Da Região

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