A DIREÇÃO DO PT DE SERGIPE PRECISA FAZER UMA REFLEXÃO


Na construção militante ao lado de um pequeno grupo de lutadores sociais, da “Manchester Sergipana”, desde o final da década de 1980, durante a primeira campanha do presidente Luís Inácio Lula da Silva, mais precisamente, em 1989.

Tendo como berço o movimento estudantil secundarista e com a responsabilidade política de quem empregou toda a juventude na luta coletiva, objetivando a transformação da sociedade capitalista, numa sociedade mais justa, fraterna e igualitária.

Fundamos o Partido dos Trabalhadores para ser diferente, numa perspectiva de superação de práticas arcaicas e que até então imperavam no dia a dia. O advento petista realmente revolucionou as pautas política de plantão.

Seguindo a concepção marxista sempre alinhamos a luta político-eleitoral com as diversas lutas do povo pobre contra a exploração do sistema de produção capitalista, numa palavra a boa e velha luta de classes.

Conseguimos acumular politicamente e chegamos à Câmara de Vereadores, cumprindo quatro mandatos, todos pautados pelo compromisso com o conjunto da classe trabalhadora estanciana. A referência foi o modo petista de legislar.

Há cerca de três décadas na militância do partido e com participação ativa nas suas instâncias dirigentes, tendo sido inclusive a convite de Márcio Macedo, vice-presidente nacional, delegado do último congresso nacional, no ano de 2019, em São Paulo.

Apesar das investidas reiteradas da classe dominante brasileira de destruir o PT e o maior líder popular do país e da América Latina, Luís Inácio, o partido continua o mais querido da sociedade brasileira, de acordo com pesquisas recentes.

O povo é sábio reconhece e se identifica com essa ferramenta imprescindível como diria Bertold Brecht (1898-1956), para emancipação política dos oprimidos. A responsabilidade histórica do petismo continua enorme.

Aqui no estado tivemos grandes experiências, na organização da juventude e dos trabalhadores, nos movimentos sociais, especialmente no sindical, na defesa do povo oprimido, legislando nas câmaras municipais, na Alese, na Câmara Federal e no Senado, ou gerindo prefeituras na capital e no interior, desde a eleição de 1986, culminando, com a vitória de Marcelo Déda, ao governo, em 2006.

Tudo isso se deu com muita construção política militante e com debate aceso e produtivo, em várias ocasiões as contradições afloraram, os erros e equívocos se manifestaram e dialeticamente os rumos foram corrigidos para o porvir.

Uma ferramenta como PT, não pode ser refém de cúpulas ou caciques de plantão, como bem criticou Dom Paulo Evaristo Arns (1921-2016), na década de 1980, referindo-se ao movimento sindical. A participação da base é fundamental para sua oxigenação.

Na eleição de 2018, o partido indicou a vice, Eliane Aquino, e se aliou ao atual governador, Belivaldo Chagas, que se reposicionou à direita. Elegeu dois representantes para Alese: Francisco Gualberto e Iran Barbosa, que agora pedem desfiliações. Além de João Daniel federal e Rogério Carvalho para o senado.

A direção do PT precisa fazer uma reflexão profunda sobre a perda de militantes e quadros históricos, inclusive, os deputados: Francisco Gualberto e Iran Barbosa e assumir um projeto político de esquerda e comprometido com a emancipação do povo sergipano.

José Domingos Machado Soares (Dominguinhos)
Professor e ex-vereador de Estância

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