Atravessando gerações, Trio Nordestino completa 60 anos de história


Grupo foi a atração do Forró do Iate  realizado no sábado

O tradicional Forró do Iate realizado neste sábado (9) em Aracaju e foi agitado pelo Trio Nordestino e pelo cantor, compositor e instrumentista cearense radicado em Sergipe, João César Carvalho de Sena, que comemora 33 anos de carreira no cenário musical do Nordeste e vai apresentar seu show ‘Forró na Roça’ com grandes sucessos do gênero e músicas autorais.

Trio Nordestino
Foi em maio de 1958 que nasceu, nas ruas do Pelourinho, aquele que seria o trio de forró mais antigo do Brasil. Nessa época, em uma das apresentações que realizavam nas casas noturnas de Salvador, Lindú, Coroné e Cobrinha conheceram o músico e compositor Gordurinha, responsável por levá-los para o Rio de Janeiro com a promessa de gravar um disco. Já na capital carioca, o grupo recebeu o título “Trio Nordestino” concedido por D. Helena, esposa de Luiz Gonzaga, após o fim do grupo formado por Dominguinhos, Zito Borborema e Miudinho.

Depois de duas tentativas frustradas na Odeon Records e na RCA, foi na Copacabana discos que conseguiram o contrato para o primeiro álbum, garantindo o sucesso com a canção “Chupando gelo”, fato que rendeu a gravação de um LP por ano. Junto com a fama veio a chance de sair em turnê com o Rei do Baião, percorrendo o Nordeste durante 75 dias.

“Na oportunidade, Seu Lua recordou a negativa que deu ao grupo quando foram lhe pedir apoio e justificou: Se eu tivesse ajudado, vocês teriam se acomodado e hoje não teriam alcançado a marca de vendas que ultrapassa a minha”. Dali em diante, uma relação forte de amizade foi estabelecida com o grande nome do forró de todos os tempos”, recorda o cantor do grupo Luiz Mário, que é filho de Lindú que foi o primeiro cantor do Trio Nordestino e faleceu em 1982.

O disco de maior sucesso veio em 1970 com a canção “Procurando Tu”, de Antônio Barros e J.Luna, responsável pela venda de mais de 1 milhão de discos, atingindo rádios de diversos segmentos em todo o Brasil.

Chegadas e partidas
Foi em 1982 que morreu Lindú, o líder e sanfoneiro do Trio Nordestino. Antes de sua partida, ele mesmo escolheu seu substituto: Gennaro. O cantor permaneceu no Trio durante 11 anos e após sua saída, em uma coincidência infeliz, quem parte é Cobrinha. Depois de mais uma perda Luiz Mário, filho de Lindú, assume os vocais e o triângulo. Já a sanfona passou a ser de Beto Sousa, afilhado de Lindú e filho de Antônio Ceará, compositor paraibano. Assim, junto com Coroné, o Trio Nordestino seguiu com uma nova geração, mas com o mesmo DNA.

Foi essa formação que lançou o primeiro disco na era dos CD’s, em 1997 e permaneceu até 2005 quando o último fundador veio a falecer. Antes de partir conferiu a seu neto, que passou a se chamar Coroneto, a missão de seguir a carreira como zabumbeiro, onde permaneceu por onze anos até passar o bastão para Jonas Santana, filho de Entre Rios.

O sanfoneiro desta formação, Beto Sousa, é filho de Antônio Ceará que foi o maior compositor do grupo. “Me sinto lisonjeado em dar continuidade a este projeto de sucesso que passa de geração para geração. Comecei a dar os meus primeiros acordes de sanfona ainda criança e cheguei a tocar com nomes consagrados como Marinês e Abdias. Hoje tenho o compromisso de levar alegria ao público forrozeiro”, vibra.

Turnê especial
Hoje, na 5ª geração, o Trio Nordestino segue firme e forte no cenário do forró brasileiro. Com mais de cinquenta discos gravados, no ano passado o grupo lançou pela Biscoito Fino o disco “Trio Nordestino Canta o Nordeste”, que rendeu uma indicação ao Grammy Latino (2017). Para 2018, as comemorações dos 60 anos seguem em turnê especial que começa em Sergipe no Forró do Iate Clube.
Depois de integrar a banda do Trio Nordestino durante 6 anos como pandeirista, Jonas Santana está de volta, assumindo o lugar de Coroneto na zabumba. Baiano de Entre Rios, o músico coleciona apresentações pelas principais capitais do país e duas participações em festivais internacionais na Europa, circuito de forró que vem crescendo gradativamente.

“É uma honra fazer parte deste grupo que sempre acompanhei e admirei. Com 16 anos de carreira, já tive a oportunidade de me apresentar com grandes artistas do forró brasileiro como Dominguinhos, Targino Gondim, Oswaldinho do Acordeon, Gennaro e Quininho de Valente, além de desenvolver um trabalho como compositor, mas agora me sinto completo artisticamente”, orgulha-se.

 

Fonte: CINFORM

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