Na noite de hoje, 04 de janeiro de 2021, o ex-presidente do PT de Estância e ex- Secretário Estadual de Organização do Partido dos Trabalhadores, Mario Dias, em nota, informa a sua saída do PT, partido no qual militou por 22 anos.

Veja a Nota na íntegra:

Saio pela mesma porta que entrei…”a da frente”.

“Mude suas opiniões, mantenha seus princípios. Troque suas folhas, mantenha suas raízes.”

Victor Hugo

É no clima de um NOVO ANO que início novas tarefas em minha vida. Serei pai novamente, irei me casar e me dedicarei, ainda mais, a minha família, amigos e aos projetos profissionais.
Durante 22 anos me dediquei incansávelmente a política e em especial ao Partido dos Trabalhadores (PT). Foram momentos extraordinários, sempre disse e continuarei dizendo o quão importante foi o PT na minha construção cidadã. No PT, a militância do Diretório Municipal me deu a oportunidade de ser secretário geral, secretário de finanças e presidente por dois mandatos. Já no âmbito estadual cheguei a ser secretário de organização. Mas, como tudo na vida tem começo, meio e fim, é chegada a hora de me despedir dos militantes do PT, enquanto filiado que sou. Quero agradecer a toda militância pelas oportunidades, confiança e reciprocidade que sempre tive. Entrei no PT pelo movimento estudantil acreditando na construção de um projeto coletivo que tivesse a capacidade de convencer o povo estanciano que o modo petista de governar precisava ser experimentado. Evidentemente não consigo acreditar mais nessa façanha política. Para as lideranças do Partido dos Trabalhadores saio pedindo que reflitam com zelo e avaliem o que estão fazendo com esse grande patrimônio da classe trabalhadora que é o PT.
Localmente fico sempre a pensar que enquanto algumas lideranças internas forjarem o debate com o ódio, questões pessoais, inveja e mesquinharia, terão muitas dificuldades de construir um projeto político que convença a maioria da sociedade estanciana de algo concreto. Viramos apenas um partido de caçadores de mandato legislativo no município, e, em várias eleições a vitória foi balizada na força do poder econômico como é de característica da políticalha tradicional.
Quero agradecer ainda, ao amigo Joaldo Santos que me apresentou o PT, a Marcelo Vieira e Nadja Piautinga que abonaram minha ficha de filiação. Agradeço ainda, aos amigos que construí dentro do PT a exemplo de: Dominguinhos, José Domingos (Domingão), Professora Markilina, Alaor Bastos, Zé Carlos, Marisa Barros, Professor Palomares, Antônia Cristina, Claudio Hiroshy, Quinô Cristina, Raimundo Melo, Zé Soares, Layra Careca, Marinho do MST, Batista do MST, Jodoaldo Prado, Márcio Macedo, Cássio Murilo, Usiel Rios, Lucas Rios, Rubens Junior, Chico Buchinho, Zé Roberto, Madalena, Maiara, Anderson Farias, Cláudio Caducha, Irany Ataíde, Zé de Chico, Antonio Fernandes, Bidolo, Linei, Aécio do Tombo, Zé Luiz, Marco Buchinho, Layane, Larissa, Tatiane, Caducha, Marcelinho, Vadinho, Neusa, Iran Barbosa, Ana Lúcia, Chico dos Correios, Jerferson Lima, Rui de Geru dentre tantas outras e outros.
Agradeço ainda a minha família, que sempre esteve ao meu lado e dentro do PT participando ativamente em todos momentos de construção e disputa, em nome deles, agradeço a minha irmã professora Joseane Dias que ao meu lado enfrentou muitas batalhas internas e externas.
Fico constrangido em ver líderes e membros com mandato fazendo um debate difuso e sem a capacidade de convencimento para com a sociedade, principalmente num momento como esse, onde enfrentamos a política nefasta e fascista do governo Bolsonaro.
Como um partido é fruto da sociedade, dentro  do próprio PT também tem de tudo, tem gente que se diz de esquerda fazendo as mesmas manobras da velha direita, gente oportunista que entrou de última hora apenas para garantir um mandato, gente que se aproveita do movimento sindical e/ou social para manter-se pendurado em mandatos e cargos de indicação, mas, tem aqueles que são os piores de todos, são os que ao invés de construir o fortalecimento do partido se dedicam em fomentar o apartheid interno com mentiras, traições e ódio. Uma coisa me fez refletir diuturnamente: como nosso líder LULA deve está se sentindo com tudo isso? O PT virou uma briga de foice e nem ele, que é e sempre será a maior referência para todos nós, conseguirá arrumar essa situação pandêmica dentro do PT. Mas, o principal motivo para minha saída não são os erros do PT Nacional e Estadual, que são vários, e sim a falta de unidade política verdadeira no diretório municipal de Estância. Nesse pleito de 2020 participei para cumprir a minha última tarefa dentro do PT, todos sabem da minha amizade com Dominguinhos, atual presidente do DM e a pedido dele fui para esse amazônico sacrifício eleitoral. O PT fez um vereador na eleição de 2020, sendo reeleito o Artur, pois o mesmo deve agradecer todos os dias a Dominguinhos, porque foi ele que a todo momento se preocupou com a situação do PT no parlamento, foi Dominguinhos que me procurou diversas vezes e me fez o pedido para ser candidato a vereador, mesmo com minhas chances reduzidas pela atual conjuntura, mas, todos sabiam que sem a minha participação na chapa proporcional, o PT não faria nenhum representante no Parlamento. Dessa feita resolvi aceitar para cumprir uma das tarefas mais hercúleas da minha trajetória petista. Mas, foi justamente nesse processo de candidatura e eleição que vi mais uma vez o filme se repetir, a falsidade, a inveja, o ódio e principalmente a falta de decoro e decência de algumas lideranças do partido. Tem muita coisa que a cidade não sabe, a forma e tratamento odiento de alguns, se aproximam muito dos políticos da ultra-direita. Tem muita aberração ideológica dentro do PT, alguns hipócritas e egocêntricos que definham juntos com o partido.
Contudo, sinto uma grande dor em tomar essa decisão, mas, é preciso me desintoxicar politicamente para seguir a caminhada, e dentro do PT de Estância essa batalha é uma causa perdida. Compreendo claramente, que não haja nenhum antídoto para acabar com o ódio, as traições e ambições descabidas dentro do PT, deixamos de ser um partido com o espírito socialista para se consolidar como um verdadeiro coliseu dos gladiadores de mandatos e poder. Aos que ficam minha restrita solidariedade, à toda militância meu respeito de sempre e ao povo estanciano meu obrigado por tudo.
Estou saindo pela mesma porta a qual entrei, ‘a da frente’, minha desfiliação do PT não sepultará a minha vontade e compromisso com a luta política por um Brasil mais justo, um Sergipe desenvolvido e uma Estância que acolha e cuide, ainda mais, do nosso POVO.
A luta sempre continuará onde quer que estejamos!

Estância/SE, 04, de Janeiro de 2021.

Mário Dias

Por Cláudio Hiroshy um