Assassinatos de Dom e Bruno têm maior potencial de dano à imagem do Brasil dos últimos anos, avaliam diplomatas


Integrantes do Itamaraty avaliam que país deverá ser questionado sobre crimes na região amazônia nas próximas reuniões que vão tratar da ambição brasileira de entrar na OCDE

Diplomatas de carreira afirmam que o assassinato do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira é o episódio com maior potencial de dano à imagem brasileira dos últimos anos.

Mais do que envolver a morte de um cidadão estrangeiro em território brasileiro, coroa de forma trágica pontos do discurso do presidente Jair Bolsonaro (PL) cujos efeitos o Itamaraty se esforça para minimizar: ataque à imprensa, descaso com os indígenas e a entrega da Amazônia a interesses econômicos.

Por mais que não tenha impacto imediato nas relações com o Reino Unido, pode causar prejuízos a médio e longo prazo, inclusive, na pretensão de ascensão à OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), uma das principais metas econômicas do governo do presidente Jair Bolsonaro.

Na avaliação de diplomatas, o Brasil deverá ser questionado nas próximas reuniões sobre OCDE a respeito de crimes cometidos na região.

À Folha, o secretário-executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys, admitiu que o país deverá ser pressionado na questão ambiental nas negociações para entrar no “clube dos ricos”.

Além disso, o caso aguça a percepção exterior de que o país não age para combater índices de desmatamento na região. Um integrante do Itamaraty ouvido pelo Painel diz que a constatação deverá ser reforçada com os dados sobre a devastação na floresta que deverão ser divulgados entre julho e agosto.

Os assassinatos contribuem, assim, o isolamento do Brasil na pauta climática, tema do qual já foi protagonista.

Fonte: Folha de São Paulo

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