Democratas obtêm vitórias e seguram ‘onda republicana’ no Congresso dos EUA


Resultados frustram republicanos e reorganizam disputa presidencial de 2024

Eleitores votam nas midterms em Nova York – Sarah Blesener/The New York Times

Os democratas passaram os últimos meses em claro. A baixa popularidade do presidente Joe Biden e as perspectivas econômicas ruins dos EUA apontavam que o partido perderia as midterms, as eleições de meio de mandato que aconteceram na terça (8), de lavada.

De acordo com as projeções, uma “onda vermelha”, descrita às vezes como um tsunami, daria aos republicanos o controle do Senado e da Câmara e inviabilizaria a segunda metade do governo Biden.

Mas essa onda não veio, ao menos com a virulência esperada. Manter a maioria do Senado parece mais possível após John Fetterman derrotar Mehmet Oz na Pensilvânia, e na Câmara houve vitórias importantes que devem diminuir o baque da derrota para os democratas. “Definitivamente não é uma onda republicana, com toda certeza”, reconheceu o senador republicano Lindsey Graham em entrevista à NBC.

Nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira (9) já se especulava uma maioria apertada dos republicanos na Câmara —o partido que conquistar 218 das 435 cadeiras controla a Casa, cifra que representa apenas seis a mais do que a legenda na oposição tem hoje.

Agora, qualquer resultado abaixo de 20 novos assentos para os republicanos tem sido visto como uma derrota simbólica nas atuais circunstâncias, o que provocará consequências na correlação de forças do partido. Já era dado como certo que o hoje líder da minoria, o republicano Kevin McCarthy (Califórnia), seria eleito presidente da Câmara no ano que vem, mas um resultado ruim abre espaço no xadrez a outros nomes para ocupar o cargo, como Steve Scalise (Louisiana), hoje “whip” (líder da bancada) da minoria.

Democratas conseguiram manter cadeiras onde as pesquisas apontavam que haveria uma virada republicana, como Abigail Spanberger (Virgínia), Seth Magaziner (Rhode Island) e Chris Pappas (New Hampshire). Em três corridas apertadas do Texas, os democratas venceram duas.

O desempenho abaixo do projetado pesa sobretudo para o ex-presidente Donald Trump, que amargou algumas derrotas. A começar por Oz, na Pensilvânia, trumpista convicto, cuja derrota entregou aos democratas uma cadeira no Senado que hoje é ocupada por um republicano, Pat Toomey.

No mesmo estado, Doug Mastriano, negacionista do resultado das eleições de 2020, perdeu a eleição para governador para o democrata Joshua Shapiro, enquanto no Wisconsin Tim Michels, que havia prometido reforçar uma lei antiaborto do século 19 caso eleito, foi derrotado por Tony Evers por margem pequena.

Ambos são estados-pêndulos, assim como Michigan, onde a democrata Gretchen Whitmer venceu a reeleição contra a comentarista política ultraconservadora Tudor Dixon, apoiada pelo ex-presidente.

Fonte: Folha de São Paulo

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