Em bancarrota, governo é encurralado por locaute e provoca o caos.
“Numa ditadura, não daria para fazer uma passeata pela democracia. Na democracia, você pode fazer uma passeata pedindo a ditadura”.
Mario Sergio Cortella
Caos (…). É essa a palavra que melhor define o momento que o Brasil enfrenta, diante de um governo falido e sem credibilidade. Não bastasse, o que a cada dia fica mais evidente, o Golpe de 2016, perpetrado por inescrupulosos usurpadores, o país enfrenta agora um comportamento linear do que poderia ser bem explicado pela Teoria do Caos, onde uma série de fenômenos desorganizados obedece a um padrão de organização.
Vivemos hoje um superávit de crises, da econômica a social, levando o país ao abismo. O atual e degastado governo não têm condições nenhuma de trazer o Brasil de volta ao rumo do desenvolvimento, com políticas públicas voltadas ao social. Em meio às crises, chegamos à crise dos combustíveis, que teve mais de 144 reajustes nos últimos 10 meses. Tudo isso provocado pelo presidente da Petrobrás, Pedro Parente, que reduziu a produção de combustíveis para importar diesel e gasolina mais cara, desvalorizando assim a estatal, com o único objetivo de privatizá-la. Além de colocar à venda refinarias como a FAFEN em Sergipe. Foi de Pedro Parente também a ordem de não renovação dos contratos de Piranema 1 e 2, trazendo um prejuízo direto para os estacianos de mais de 800 mil reais mês em royaltes.
Diante dos abusivos aumentos, um movimento de caminhoneiros resolveu parar as atividades em todo o Brasil, provocando a escassez e o caos. Hoje, no Rio de Janeiro/RJ, 95% dos postos de combustíveis estão zerados, prejudicando diretamente todos os setores da economia.
Diante de toda essa tragédia, líderes de alguns movimentos dos caminhoneiros, vão além das pautas progressistas, como a redução de impostos sobre os combustíveis, melhor utilização de recursos em infraestrutura, e, partem para o tudo ou nada, com o coro de “intervenção militar”, querendo promover o caos e justificar uma possível ditadura.
Fenômenos ocultos estão por trás de toda essa bagunça. Algumas empresas se aproveitam de alguns caminhoneiros que são em sua maioria trabalhadores e que legitimamente estão se manifestando, e investem em greves para forçar o governo a reduzir os impostos, fazendo com que os donos das empresas, saiam lucrando absurdamente, é o chamado loucaute. É óbvio que a redução de impostos, melhora e muito, a vida do cidadão, mas nem sempre, a redução chega a quem realmente precisa.
São muitos os movimentos de apoio à greve dos caminhoneiros, mas, vale lembrar que o necessário seria o povo como um todo se rebelar e não apenas uma categoria que está defendendo ela mesma. O diesel vai baixar temporariamente, ou melhor, R$ 0,46 por litro durante os próximos 60 (sessenta) dias, conforme anunciado ontem à noite pelo usurpador Michel Temer. Mas, e gasolina? E o álcool? E o gás de cozinha? Todos estão sofrendo sucessivos e abusivos aumentos. Quem pode trazer o país de volta aos trilhos do desenvolvimento? São os militares? É lógico que não.
De acordo com matéria publicada hoje, 28/05/2018, em O Globo, filhas de militares recebem pensões que superam R$ 5 bilhões e o exército estima que até o ano de 2060, essas filhas estarão com o direito de receber as gordas pensões de militares mortos, hoje elas são mais de 110 mil e muitas são casadas e em idade produtiva. No entanto, mamam nas tetas do governo, provocando um rombo bilionário no orçamento.
Está mais que evidente que somente um governo popular, com agenda programática, com reformas sérias e essenciais e com o equilíbrio necessário entre o social e o capital, possa reconduzir o país ao lugar que merece.
Cláudio Hiroshy
Poeta, compositor, editor e redator do portal Entre Notícias