Gilson poderá ficar sem estadual se Misael disser ‘NÃO’


Quem aprende a ⁠dizer NÃO pode evitar grandes problemas. (Felipe Reis)

A indecisão e/ou morosidade do prefeito Gilson Andrade, em definir o seu pré-candidato ou pré-candidata para disputar uma vaga na ALESE, poderá lhe causar prejuízos políticos irreparáveis. A exemplo de Belivaldo Chagas que cozinhou o galo até o último dia 14, quando anunciou Fábio Mitidieri como pré-candidato do grupo governista na disputa para o Governo de Sergipe. Anúncio no qual, o prefeito Edvaldo Nogueira, contrariado e insatisfeito saiu ‘atirando’ para todos os lados e dizendo que vai se concentrar em “cuidar de Aracaju”, em clara indireta de não fazer esforços para Mitidieri.

Em Estância o cenário é o mesmo. Gilson colocou o “galo para cozinhar” e até agora não definiu os rumos do agrupamento para o pleito de outubro. De forma individualista, no entanto, geniosa, o prefeito Gilson Andrade espera deixar como herança, o mandato de deputada estadual para a filha Gabriela Meneses, que vêm realizando uma série de atividades frente a Secretaria de Juventude e Desporto, dando-lhe visibilidade administrativa e política, o que tem agradado a uns e desagradado a outros, principalmente dentro do agrupamento, o que é natural.

Na reeleição de 2020, para derrotar o Psolista Márcio Souza, o prefeito Gilson Andrade, fez uma ampla aliança, com o ex-prefeito Zé Nelson, o ex-vice-prefeito Filadelfo Alexandre, o atual vice-prefeito André Graça, o atual presidente da Câmara, Misael Dantas, dentre tantas outras lideranças políticas e empresariais que o ajudaram a sair vitorioso.

Passada as eleições, o prefeito Gilson Andrade iniciou o seu segundo mandato com força total, afinal, reeleição em Estância é sempre uma barreira, já que apenas o próprio Gilson e Ivan Leite tiveram esse privilégio. Então, o prefeito organizou a base de sustentação, o vereador Artur Oliveira Nascimento (PT), antes forte opositor, foi para a base e Misael Dantas se tornou o presidente da câmara. Então, munido de muito poder, o prefeito começou a arquitetar na cachola a retomada de uma cadeira na ALESE que já foi sua, mas, quem seria o privilegiado? Filadelfo Alexandre? André Graça? ou Misael Dantas, que preterido em 2018 teve seu sonho adiado para 2022? Essa é uma resposta que só o prefeito Gilson Andrade poderá responder.

Nos bastidores da política, às conversas são que o ex-vice-prefeito Filadelfo Alexandre já descartou a possibilidade de disputa, justamente pela demora de decisão e que o seu compadre, o vice-prefeito André Graça, também não quer se submeter ao pleito para não se distanciar de 2024, caso o desempenho não seja satisfatório nestas eleições. Então, Gilson para não entregar de mão beijada a Misael, começou a construir e alavancar a filha, que até agora está se saindo bem.

Segundo uma fonte muito próxima ao prefeito, ao contrário do que muitos dizem, a senhora Gabriela Meneses, quer sim disputar às eleições 2022. Afinal, quem não quer um mandato de deputado estadual? É aí que entra a força da máquina, centenas de atividades esportivas e a Secom cobrindo tudo e a secretária Gabriela Meneses já aparece sim como uma opção. Mas, a atividade política têm um preço e muitas vezes nem todos estão dispostos a pagar. Uma campanha acirrada como será a de 2022, visto a quantidade de pré-candidatos locais, é preciso uma avaliação minuciosa e se o que dizem for verdade, de que a filha do prefeito teme o nível de campanha principalmente dos opositores e por isso não esteja convicta a encarar a empreitada, o que fará Gilson? Sem FA, André ou Gabriela?

Mesmo com esses por menores, tudo ia às mil maravilhas não fosse o cansaço administrativo da gestão e a insatisfação dos parlamentares, principalmente da própria base do prefeito, com requerimentos de convocação de secretários aprovados na Câmara Municipal, imprensa local marcando em cima, população clamando por serviços básicos, alta taxa de desempregados e agora para piorar o piso do magistério com 13,24% a menos do que é de direito das professoras e professores, o desgaste da gestão Gilson Andrade está imenso e sem a resolução desses gargalos a gestão pode não dá ao pré-candidato a musculatura necessária para êxito.

E se Misael disser ‘NÃO’? A menos que o prefeito tenha um ‘coelho na cartola’, poderá ficar sem um candidato local a estadual. Será o mesmo erro cometido por Carlos Magno, que quando era prefeito não teve um pré-candidato em 2014 para atrapalhar o então deputado Gilson Andrade, que venceu bem e sagrou-se prefeito em 2016, derrotando-o.

Por Cláudio Hiroshy

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