Viralizou nas redes sociais no início desse mês de dezembro, vídeos sobre um incidente chocante ocorrido em Estância, que por muito pouco não se tornou uma terrível tragédia: uma criança caiu por um buraco dentro do piso da “lotação” (como diz no popular), caindo de um veículo do transporte público municipal no meio da rua, algo impressionante. Por sorte e graças a Deus, aparentemente a criança não sofreu ferimentos graves, mas um susto como esse deveria servir pelo menos como sinal de alerta ao povo da Estância. Mas também serve como atestado de total descaso da gestão de Gilson Andrade (PSD) e André Graça (PP), com a questão da mobilidade na nossa cidade.

Sem qualquer ação ou medida na área, um verdadeiro vazio constrangedor de uma administração medíocre que se apoia na “muleta narrativa” de pagar em dia – como se este fosse o maior feito de sua gestão – enquanto fingem que está tudo bem e atuam como se não fosse papel da prefeitura garantir a prestação do serviço de transporte público municipal, com segurança e qualidade. Estância não entrega nada disso para sua população, embora seja uma das cidades mais ricas do estado, é pelo contrário, é caro, precário, ineficiente, cuja lógica está longe de ajudar a integrar a cidade e as pessoas, não possuindo sequer, ainda hoje, um Terminal de Integração, uma antiga reivindicação popular.

E a grande ironia é que não faz muito tempo a população amargou um aumento abusivo no valor das passagens, aprovado pela Câmara de Vereadores(as), inclusive com voto equivocado favorável de parlamentar do partido que estou filiado, o PSOL, uma covardia contra o bolso do trabalhador e que sequer serviu como contrapartida para melhorar o serviço prestado, nem ao menos para garantir a integridade física de seus usuários, como vimos nesse caso recente aqui em Estância.

Diante de tudo isso a gente se questiona quando que nossa cidade vai virar essa chave, proporcionando mobilidade, sustentabilidade e qualidade de vida? Vamos esperar o pior acontecer? Talvez até lá seja tarde demais para alguma família que pode não ter a mesma sorte de poder abraçar, beijar e ver seu filho ou sua filha crescer pra se tornar quem sabe um médico, como o prefeito é, uma artista ou um jogador de futebol a brilhar nas copas do futuro.

Por Bira Palmarino