Líder deposto da Catalunha, Carles Puigdemont, se apresenta à polícia na Bélgica


Puigdemont e ministros tiveram a prisão decretada após o Parlamento catalão aprovar o início do processo de separação e o Congresso espanhol votar pela intervenção na região.

O líder deposto da Catalunha, Carles Puigdemont, se apresentou neste domingo (5) à Justiça da Bélgica. Também compareceram ao tribunal outros quatro ex-ministros da Catalunha.

Segundo a agência de notícias Efe, além de Puigdemont, Antoni Comín, Clara Ponsatí, Lluís Puig e Meritxell Serret se apresentaram às autoridades belgas acompanhados dos seus advogados. A promotoria belga, no entanto, não confirma os nomes dos políticos que se entregaram.

De acordo com o porta-voz da promotoria belga, Gilles Dejemeppe, os cinco serão ouvidos por um juíz nesta tarde.

O jornal espanhol “El País” detalha que o processo envolvendo os políticos pode durar até três meses, e que o juiz responsável pelo caso terá 24 horas para tomar uma decisão se refuta a ordem de prisão espanhola, se mantém os cinco presos ou se eles poderão responder ao processo em liberdade.

Puigdemont era procurado pela polícia espanhola desde que a juíza Carmen Lamela emitiu uma ordem de prisão para ele e quatro ex-membros do governo regional na última sexta-feira (3).

Puigdemont e outros membros do governo regional da Catalunha – que foi destituído após uma ordem do governo de Madri – estavam na Bélgica, capital da União Europeia, desde a última segunda-feira (30).

No mesmo dia, ele foi acusado pelo procurador-geral da Espanha, Jose Manuel Maza, devido à tentativa de separar a Catalunha do restante da Espanha.

8 ex-membros já foram presos

Ao contrário de Puigdemont e os quatro ex-conselheiros, outros nove membros do governo destituído compareceram na quinta à Justiça espanhola em Madri. Oito deles foram presos, entre eles o número dois do governo catalão destituído, Oriol Junqueras, e o secretário de Relações Exteriores, Raúl Romeva.

A juíza Carmen Lamela deixou em liberdade provisória sob fiança de 50.000 euros o nono, Santi Vila, que pediu demissão antes da proclamação da independência, em 27 de outubro.

A juíza alegou que existe risco de fuga, de reincidência e destruição de provas para justificar a prisão provisória, à espera de julgamento.

Crise entre Catalunha e Espanha

A atual crise política foi desencadeada após a realização de um referendo considerado ilegal pelo governo e pela Suprema Corte espanhóis. Na consulta popular de 1º de outubro, 90% dos votantes foram a favor da independência (2 milhões de pessoas, ou 43% do eleitorado catalão).

Com o resultado favorável à independência, Puigdemont declarou no dia 10 no Parlamento local que a região ‘ganhou o direito de ser independente’ e em seguida suspendeu seus efeitos para negociar com Rajoy.

A atitude deixou dúvidas sobre se houve uma declaração de independência e fez com que Rajoy exigisse um esclarecimento formalde Puigdemont. Como não houve resposta, o premiê espanhol propôs no dia 21 intervir no governo regional — o que foi aprovado pelo Senado no dia 27 de outubro, instantes depois de o Parlamento regional da Catalunha aprovar o início do processo de independência da região.

Fonte e texto: G1

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