Projeto político de Gilson Andrade dá claros sinais de esgotamento
À frente de um segundo mandato conquistado com pompas e circunstâncias, o prefeito Gilson Andrade bradou aos quadrantes do município, logo após o resultado das eleições, ser o grande líder local e regional, que havia derrotado todo mundo e anunciava a era de GA e AG – André Graça.
Ato contínuo ao processo eletivo de 2020, o seu séquito de plantão temperou a narrativa política com a marquetagem fácil e oportunista de “prefeito rojão”. O ritmo administrativo parecia que seguia o curso do planejado, embora a gestão se mostrasse negligente e medíocre em várias áreas.
Graças à pandemia, à oposição iniciante na Câmara de Vereadores e à paralisia dos movimentos sociais, especialmente o silêncio sindical, surfou à vontade no mar tranquilo da gabolice. Se achou o senhor absoluto da política na terra de Judite Melo.
A expressão “rojão” é por demais conhecida do léxico local e faz alusão ao simbólico e veloz busca-pé, tão tradicional e identitário na cultura estanciana. Rojão é sinônimo de ação e movimento. A palavra por aqui, se bem empregada, é positiva.
Todavia após um ano e três meses da propalada era GA e AG cantada em verso e prosa, a insatisfação é enorme e toma conta do conjunto da população. Vários municípes têm ocupado os programas de rádios e as redes sociais para protestar diariamente.
As queixas são as mais diversas possíveis e dentre elas estão: 1 – a aprovação sem nenhum debate com a população da Lei 2.141/2020, de 21 de dezembro de 2020, que versa sobre a divisão do Bairro Cidade, o que revoltou a sua comunidade; 2 – o não pagamento do piso salarial nacional do magistério público de 33,24%; 3 – o pagamento do salário base, menos do mínimo para várias categorias de servidores públicos municipais, de acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais – SINDSEME, Carlito Lemos, que afirmou recentemente que “a gestão de GA é a gestão da fome”; 4 – Desgaste com os feirantes devido à redução do número de dias de feiras livres; 5 – a cobrança pesadíssima de mensalidades dos estudantes universitários para Aracaju; 6 – obras paralisadas no coração da cidade; 7- continuação do abandono das praias; 8 – o matagal tomando conta da planta urbana em diversos pontos; 9 – dificuldades para definir a sua pré-candidatura à Assembleia Legislativa com a negativa de vários nomes; 10 – formação de um bloco de vereadores, objetivando eleger a mesa diretora da Câmara Municipal, em oposição ao seu candidato favorito, o que poderá ter consequências diretas nas votações de interesse da gestão.
À luz dos fatos cotidianos, a brisa que até aqui soprava favorável ao senhor alcaide e a sua turma começa a mudar de direção e as coisas tendem a ser diferentes num futuro próximo. A política por aqui realmente não é uma atividade fácil.
Os apoiamentos outrora robustos estão minguando a olhos vistos e atualmente já existem correligionários/as de primeira hora que torcem e trabalham diuturnamente com intenções políticas claramente anti-GA e AG. Quem viverá, verá.
Por fim, dizem os mais sábios que a arrogância e a vaidade precedem a queda. Pelo rumo dos acontecimentos colocados na ordem do dia, o projeto político liderado pelo “prefeito rojão” dá sinais claros e contundentes de esgotamento e pelo andar da carruagem, mais rápido do que se possa imaginar.
José Domingos Machado Soares (Dominguinhos)
Professor e ex-vereador de Estância/SE