Sujeira social… Era assim que Hitler enxergava os judeus.
“Toda dominação pessoal, psicológica, social e institucionalizada nessa terra pode ser remetida a uma mesma fonte original: as identidades fálicas dos homens.”
(Andrea Dworkin)
Obcecado com o ideal de pureza racial, Adolf Hitler, alimentado pelo antijudaísmo e antissemitismo, utilizou-se do darwinismo social para perseguir os judeus e ancorar-se em pressupostos biológicos. Está mais que claro na História Mundial que Hitler era um monstro do ponto de vista humano. Muito inteligente, é bem verdade, mas foi Adolf o responsável por causar uma guerra mundial só para satisfazer aos seus caprichos.
A Câmara de Vereadores de Estância (CVE) aprovou o PL 74/2018, de autoria do vereador, professor e psicólogo Dionísio Neto (REDE) que discute a identidade de gênero, por unanimidade. Projeto este, que ao que parece muito pouco debatido dentro da casa legislativa, sem a participação da sociedade, sem as audiências públicas necessárias que fomentassem o debate de tamanha complexidade.
De acordo com a sexóloga e psicóloga especializada em sexualidade humana, Priscila Junqueira, a identidade de gênero não tem nada a ver com orientação sexual. Nada que possa direcionar ou moldar o comportamento de uma criança.
“A orientação sexual irá fazer com que a pessoa busque relacionamentos afetivos-sexuais com pessoas do mesmo sexo (homossexual), sexo oposto (heterossexual) e ambos (bissexual). Já na identidade de gênero diz respeito a como a pessoa se sente, se do gênero feminino ou masculino”, diz Priscila Junqueira.
Há certa atrapalhação quanto ao real objetivo da identidade de gênero, que é distorcidamente propagada por fundamentalistas religiosos, como se fosse ideologia de gênero, com o pretexto que a identidade de gênero vai destruir as famílias e às crianças. Do ponto de vista conservador o PL 74/2018 atende perfeitamente à comunidade religiosa, mas o Estado é laico e regido por uma Constituição, à qual, o projeto fere gravemente. Já do ponto de vista político o referido projeto melhora o capital eleitoral do vereador Dionísio Neto, como também do vereador Misael Dantas (PSC), que recentemente se envolveu em uma polêmica ao dizer que a comunidade LGBT é uma “sujeira social”.
“LGBT, LGBT é uma sujeira social. LGBT é um atraso social, é uma ofensa à família. Quem está dizendo sou eu… que fui eleito pelo voto, e não foi pelo seu voto”, disse o vereador Misael de forma dura no Plenário da CVE. Tudo isso após o veto do prefeito Gilson Andrade, ao projeto, que para o Ministério Público é inconstitucional.
Não há nos dias atuais, espaço, para pensamentos e posicionamentos retrógrados, carregados de ódio e inverdades. É bem verdade que o vereador Misael Dantas (PSC), que é pré-candidato a deputado estadual, em um gesto de humildade, pediu desculpas pelas ofensas proferidas. No entanto, mesmo se desculpando se disse contra o movimento LGBT.
Já o vereador Dionísio Neto, foi de uma deselegância sem tamanho, com dureza fez pronunciamentos arrogantes e vis, acusando a Promotora do Ministério Público, Maria Helena Moreira Sanches Lisboa, de tomar partido e estar aliada a “esquerdopatas”, referindo-se às pessoas que fazem a defesa das minorias.
Foram “esquerdopatas” como Mandela, Gandhi, Paulo Freire, Florestan Fernandes, Lula, Luther King, Marielle, dentre tantos outros que lutaram e resistiram contra poderosos vis, sorrateiros e odientos. Não importa a época nem o lugar… sempre estiveram lá… fazendo a luta e resistindo às injustiças sofridas pelo povo.
Cláudio Hiroshy
Poeta, compositor, editor e redator do portal Entre Notícias
Bom dia, esse PL74/2017fere a constituição a nossa carta magna e fere tbm o direito do ser humano enquanto ser ter sua independência sexual, ninguém deve moldar o outro em seus princípios,as pessoas tem o direito de viver sua vida sexual com liberdade, respeito e dignidade.