Vice-presidente diz a Belivaldo que é contra hibernação da Fafen


Em Brasília (DF), atendendo convite do deputado Federal Laércio Oliveira, o governador Belivaldo Chagas se reuniu, na tarde desta terça-feira (19), com o vice-presidente da República, Hamilton Mourão. O objetivo do encontro foi discutir as questões relacionadas à hibernação da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen). Amanhã, o governador volta a debater o tema com Mourão e com o governador da Bahia, Rui Costa. O encontro desta quarta, dia 20, é fruto de ofícios enviado pelos dois governadores para o vice-presidente.

Na avaliação do governador, o encontro foi produtivo e o vice-presidente se mostrou disposto a debater o assunto e afirmou ser contra a hibernação da Fafen. “Estivemos reunidos hoje para sensibilizar o vice-presidente, falar da importância da produção de ureia em Sergipe para o Brasil e informar os passos judiciais que estão sendo dados nesse sentido, afinal, não podemos ficar na dependência internacional dos insumos que eram produzidos pela Fafen. Mourão demonstrou preocupação e foi contra, de imediato, à hibernação, garantindo que irá acompanhar de perto a questão e se somar à preocupação de Sergipe. Foi uma reunião muito positiva e a expectativa é que possamos, juntos, reverter o quadro de hibernação”, destacou o governador, que participou do encontro ao lado do deputado federal Laércio Oliveira, o senador Alessandro Vieira e o ex-governador Albano Franco.

O governo de Sergipe aguarda decisão judicial a respeito da Ação impetrada no último dia 1° de fevereiro, por ordem expressa do governador Belivaldo Chagas, para suspender o fechamento da Fafen em Sergipe. A ação judicial foi a medida encontrada para evitar o impacto econômico e social com a suspensão das atividades do polo de Laranjeiras. A unidade entrou em hibernação no dia 31 de janeiro, interrompendo as atividades gradativamente.

Com fábricas em Sergipe, em Laranjeiras, e na Bahia, em Camaçari, a Fafen tem potencial para empregar 1.500 trabalhadores e gerar mais de 5 mil empregos indiretos. Juntas, as unidades eram responsáveis por 30% da produção de fertilizantes do País, que importa 70% dela a fim de abastecer a produção nacional de alimentos.

Na reunião, o governador apresentou ao vice-presidente um relatório produzido pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec). De acordo com o secretário da Sedetec, José Augusto Pereira, o documento relata de forma detalhada os impactos do fechamento da Fafen para a economia não só de Sergipe, mas do Brasil.

“O material apresentado especifica a gravidade deste problema para o mercado de produção de fertilizantes do Brasil, onde é produzida a ureia pecuária, insumo necessário para manter o peso animal em época de seca. E não só por isso, mas porque outros insumos deixam de ser produzidos com a hibernação, a exemplo de um aditivo antipoluente, por exemplo, além do bicarbonato utilizado em pacientes renais durante hemodiálise. Então, o fechamento de uma fábrica que produz todos esses insumos é muito prejudicial, porque passaríamos a depender do mercado internacional”, informou o secretário.

Últimas ações

No dia 11 de fevereiro, representando o governador Belivaldo Chagas, o secretário Geral do Governo, José Carlos Felizola, e o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, da Ciência e Tecnologia (Sedetec), José Augusto Pereira, participaram do debate com representantes políticos dos poderes Legislativo e Executivo, empresários, líderes sindicais, comunitários e sociedade civil, realizada pelo senador Alessandro Vieira. Na oportunidade, eles destacaram os esforços realizados pelo Governo de Sergipe nos últimos meses para suspender a hibernação e para buscar soluções que atendam à problemática que envolve a fábrica.

No dia 12 de fevereiro, a Fafen/ SE foi multada pela Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema), em R$ 50 milhões, pelos descumprimentos de duas notificações referentes a falta de autorização para hibernação pelo órgão ambiental e ao lançamento de efluentes sem o tratamento adequado no emissário que deságua na Praia de Aruana.

Além dessas últimas ações, a temática da hibernação da Fafen vem sido discutida pelo governador Belivaldo Chagas desde o início de sua gestão, em 2018, por meio de reuniões internas.

O fechamento das fábricas em Sergipe e na Bahia foi anunciado em março do ano passado. O motivo, segundo a Petrobras, foi a perda com a produção de fertilizantes. Na ocasião do anúncio, o então governador Jackson Barreto conseguiu um prazo de 120 dias para apresentar, junto com o governo da Bahia, proposições para manutenção da Fábrica. A Fafen, em Sergipe, entrou em operação em outubro de 1982.

Fonte: ASN 

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