Policia Rodoviárua Federal informa que afastou policiais e deu nomes dos envolvidos na asfixia de Genivaldo
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou, nesta quinta-feira (26), que afastou os policiais envolvidos na morte de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, em Umbaúba, no sul de Sergipe. A instituição disse, por nota, que “está comprometida com a apuração inequívoca das circunstâncias relativas à ocorrência no estado, colaborando com as autoridades responsáveis pela investigação”.
Genivaldo morreu após uma abordagem policial na BR-101. Ele foi colocado dentro de uma viatura e gravações, feitas por celulares, mostraram que havia uma fumaça espessa dentro do veículo. O laudo do IML (Instituto Médico Legal) de Sergipe apontou que a vítima sofreu insuficiência respiratória aguda provocada por asfixia mecânica, segundo a Secretaria de Segurança Pública.
Vídeo feito por moradores mostra o homem ainda vivo sendo trancado no porta-malas de um viatura onde os policiais detonaram bombas de gás. Em protesto, manifestantes bloquearam a rodovia na manhã desta quinta-feira (26).
A ação foi registrada em vídeo por testemunhas, o que não impediu que os policiais continuassem com o ato. Com os rostos cobertos por capacetes durante toda a ação, os policiais aparecem nos vídeos tentando fechar o porta-malas da viatura sobre as pernas da vítima, que estavam fora do veículo. Para tentar impedir a resistência de Santos, os policiais, então, atiraram as bombas no interior do carro.
Nomes dos policiais – Os nomes dos policiais envolvidos na abordagem também foram divulgados por meio do site de jornalismo The Intercept, assim como um trecho do depoimento que eles prestaram em Boletim de Ocorrência, registrado após a ocorrências. Os agentes são Clenilson José dos Santos, Paulo Rodolpho Lima Nascimento, Adeilton dos Santos Nunes, William de Barros Noia e Kleber Nascimento Freitas.
De acordo com a PRF, eles estão afastadosdas atividades de policiamento, enquanto o processo disciplinar para apurar os fatos está em andamento. A Instituição reforçou ainda que “está comprometida com a apuração inequívoca das circunstâncias relativas à ocorrência, colaborando com as autoridades responsáveis pela investigação”.
Na versão da PRF, Santos estava sendo conduzido à delegacia quando passou mal e foi levado ao hospital. A PRF afirmou ainda que havia utilizado “instrumentos de menor potencial ofensivo” para deter o homem, que teria “resistido ativamente” a uma abordagem.
“Em razão da sua agressividade, foram empregados técnicas de imobilização e instrumentos de menor potencial ofensivo para sua contenção e o indivíduo foi conduzido à Delegacia de Polícia Civil em Umbaúba. Durante o deslocamento, o abordado veio a passar mal e socorrido de imediato ao Hospital José Nailson Moura, onde posteriormente foi atendido e constatado o óbito”, detalha a nota.
O relato é corroborado pelo que os agentes envolvidos na ação registraram em boletim de ocorrência obtido pela Folha. Eles declararam que o óbito não teve relação com a abordagem e que Santos faleceu “possivelmente devido a um mal súbito”