Ex-governador do PMDB diz ter negociado propina de 7 milhões com deputado do PSD


Silval Barbosa (PMDB) afirmou ter feito acordo com o deputado Ondanir Bortolini (PSD) e com um representante da concessionária para autorizar a concessão mediante propina.

O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) disse no acordo de delação premiada ter recebido R$ 7 milhões em propina para assinar a concessão da MT-130, entre Rondonópolis e Primavera do Leste, a 218 km e 239 km de Cuiabá. De acordo com o ex-governador, o valor foi negociado com o deputado estadual Ondanir Bortolini (PSD), o Nininho, e um representante da concessionária Morro da Mesa. A delação de Silval já foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Por meio da assessoria, Nininho disse que não recebeu nada da delação oficialmente, que nunca fez parte das empresas e nem participa do conselho de nenhuma delas. Alegou ainda que vai provar sua inocência à Justiça. A concessionária Morro da Mesa disse que Elói Brunetta, que assinou o acordo, era acionista, mas não faz mais parte da empresa. A reportagem não conseguiu contato com ele.

O contrato de concessão foi assinado e autorizado por Silval Barbosa, em 2011. Na delação, o ex-governador declarou que foi procurado várias vezes pelo deputado e por Elói Brunetta, um dos diretores da concessionária.

Segundo Silval, eles queriam a concessão para poder cobrar pedágio dos motoristas. Em uma conversa particular com o deputado, Silval teria dito que em troca da concessão precisaria de uma ajuda pra quitar dívidas.

Depois de se reunir com representantes da empresa, de acordo com o ex-governador, o deputado ofereceu o pagamento de R$ 7 milhoes de forma parcelada. Silval disse ainda que na época ouviu dizer que o deputado tinha participação na concessionária.

O pedágio que hoje custa R$ 8,65 começou a ser cobrado em 2012, quando custava R$ 6,50. O prazo de concessão da rodovia à Morro da Mesa é de 28 anos. Nos 122 quilômetros da MT-130, sob concessão, têm duas praças de pedágio.

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